Gestão ambiental participativa: como dar um salto com os talentos humanos da sua empresa

O principal foco neste post é demonstrar que é possível evidenciar novas lideranças dentro de sua empresa, redirecionar colaboradores para melhor aproveitamento de seus potenciais e ainda sair na frente de outras empresas por direcionar melhor a gestão ambiental em algum ou alguns setores de sua organização 😉

É claro que pela minha formação acadêmica, eu não poderia deixar de começar pelo básico: sustentabilidade e sua obrigação legal. A Constituição Federal/88 incluiu um artigo específico (art. 225) sobre o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, fortalecendo de forma solidária que o interesse na preservação do ambiente é dever do Poder Público e da coletividade, nesta compreendida a iniciativa privada, como as empresas (etor gerador de grande desenvolvimento para a sociedade). 

Agora quase 30 anos depois, temas como gestão ambiental e sustentabilidade empresarial passaram a ganhar as ruas, os auditórios, a imprensa e cada vez mais estão incorporados ao cotidiano de empresários, administradores, políticos e cidadãos em geral. O mercado e a sociedade não aceitam mais o mínimo exigido por normas públicas de controle e fiscalização.

A principal mudança do novo contexto econômico em que vivemos foi o redirecionamento do poder para o consumidor, o chamado “consumidor verde” que privilegia o comportamento socioambiental responsável das empresas.  As empresas perceberam que de nada valem suas estratégias de negócios se não tiverem uma boa execução dos processos que compõem sua cadeia produtiva e da utilização de adequados sistemas de gestão ambiental (SGA).  

Portanto, ter algum tipo de sistema de gestão ambiental (SGA) na sua empresa estimula a competitividade, gera maior satisfação do seu cliente, melhora sua imagem, facilita novos mercados, e pode reduzir seus custos e riscos. É uma das estratégias típicas de empresários que estão à frente no mercado. 

Um SGA necessita de definição de objetivos, formulação de diretrizes, coordenação de atividades e avaliação de resultados, bem como o envolvimento de todos os seguimentos da empresa nas questões ambientais. Também orienta a empresa na elaboração da sua política ambiental, na definição de suas estratégias e metas, levando em conta as degradações ambientais ocorridas além das exigências legais. 

Na década de 90 começaram a surgir organizações com padronizações e normalização de procedimentos para certificarem empresas que refletem suas preocupações com a qualidade ambiental e com a conservação dos recursos naturais. A mais conhecida é a ISO (International Organization Standardization) que normatizou ferramentas estratégicas que reduzem custos, minimizam desperdícios e aumentam a produtividade das empresas (no Brasil, oficializadas pela ABNT).  Toda a série ISO 14000 passa pela ISO 14001, que trata dos requisitos para implementação de um SGA em qualquer tipo e tamanho de empresa. 

Sim, certificações são importantes para a empresa. Mas é bem provável que tudo isso você já saiba, como também já sabe o quanto é custoso ter uma certificação ambiental formal. Além disso, sabemos que a certificação não passa necessariamente por toda a cadeia de produção de sua empresa. É possível ganhar a certificação por apenas uma pequena etapa da linha produtiva, não levando em conta sua empresa com uma abordagem sistêmica. 

Então, o que fazer?

Se olharmos por um instante a situação “de fora”, é possível enxergar novos caminhos para alcançar os mesmos objetivos de redução de custos e riscos, da melhora de produtividade e também do aumento da visibilidade empresarial pela mídia e sociedade, independente da formalidade vinda de uma Acreditadora.

Logo, a sua gestão ambiental empresarial não precisa necessariamente buscar alguma certificação formal de parte do seu processo produtivo, mas pode ir além de forma bem menos custosa. Pode inclusive ir mais além nos seus resultados, interligando setores e processos internos como uma unicidade de possibilidades dentro da organização.

“Roubando” o conceito ainda mais amplo de Sistema de Gestão Integrado (SGI),  é possível e bastante interessante aplicar ideias de gestão ambiental em diversos setores e processos. O método é uma excelente ferramenta na gestão de sustentabilidade empresarial sistêmica, pois cultiva ambiente colaborativo e participativo entre o recursos humanos

Ter um sistema de gestão ambiental integrado contribui para a redução de duplicidades na organização por falta de contato entre setores distintos. Contribui também para a consolidação da cultura da sustentabilidade na organização, estimula a adoção de abordagens mais integradoras e menos reducionistas e imediatistas nas soluções ambientais, além de encontrar diferentes trade-offs entre os setores da empresa. Esta é a visão de empresas de vanguarda, que se colocam à frente nas inovações e não se limitam ao cumprimento de exigências legais ou se satisfazem apenas com certificações pontuais de seu processo produtivo. 

É aqui que entra o importante e decisivo papel do levantamento das lideranças de sua organização. É a chance de atrelar o que a empresa já faz ou quer fazer de gestão ambiental com um plus: melhora as relações internas e define novos líderes com a participação de diversos setores e níveis hierárquicos nos processos de gestão ambiental.

O levantamento das potencialidades dos recursos humanos de uma empresa foca no desenvolvimento de atuais, novos e futuros líderes. Este processo possui características de aperfeiçoamento de competências e gera resultados em curto espaço de tempo. “Tirando” o colaborador do seu universo de trabalho institucional e colocando-o como parte das decisões de melhorias ambientais como um todo, ele naturalmente expõe suas habilidades e talentos por não estar preocupado com a competitividade entre os colegas em relação ao seu trabalho no setor. Muitos colaboradores podem inclusive serem redirecionados na sua empresa para seu melhor aproveitamento. O planejamento participativo tem um aspecto metodológico fundamental: recolhe o que as pessoas sentem, desejam e pensam utilizando as próprias palavras que as pessoas escrevem ou pronunciam. É necessário que o plano se construa com o saber, com o querer e com o fazer de todos”, e não apenas pedir sugestões e aproveitar aquelas que coincidam com as expectativas dos que coordenam. 

Portanto, a dica de ouro é: inclua seus colaboradores nos processos de decisão em alguns objetivos de sua empresa. Participar é fazer parte; fazer parte é querer crescer junto; crescer junto é aceitar as diferenças e melhorar os relacionamentos e, consequentemente, atingir com mais produtividade as metas estabelecidas. 

O sucesso dos processos de gestão, operação ou projetos, estão intrinsecamente relacionados com o papel que os colaboradores desempenham nas organizações. Papel este que deve ser dia-a-dia estimulado, visando ao alcance da excelência operacional e permitindo a definição de metas compartilhadas para promover aumento global de produtividade e bem-estar para toda equipe. É a valorização de seus colaboradores, pelo espírito do “fazer acontecer”, integrando-os aos processos decisórios para que possam se sentir como parte do todo.

As pessoas têm se tornado cada vez mais peças-chave para o alcance das metas empresariais. Na atual crise econômica, as empresas têm adotado padrões mais rígidos de excelência e passaram a exigir resultados cada vez mais positivos de seus colaboradores. Por isso é fundamental criar uma rede de pessoas capazes de buscar objetivos comuns. e facilidade nos processos de tomada de decisão. Pessoas que cresçam e evoluam juntas, com apoio às suas habilidades, capacidades e motivação. 

A Gestão Participativa passa a ser então uma ferramenta essencial para superar os conflitos internos nos processos produtivos e as mudanças nas relações do trabalho. A identificação dos talentos naturais e a aceitação das diferenças individuais gera uma melhora nesse ambiente, onde todos podem expor suas opiniões, participar das decisões e programar metas. 

Segundo Iran Nunes (Consultor Empresarial e Educador Corporativo):

  1. Permite gerar ideias diferentes sobre o mesmo assunto, dando ao gestor a possibilidade de escolha;
  2. o gestor pode encontrar as soluções nas mãos dos próprios colaboradores através do conhecimento que cada um detém sobre a organização (basta ouvi-los!);
  3. Motiva a equipe como um todo, na medida em que possibilita que os colaboradores construam soluções que levem a resultados compartilhados;
  4. Contribui para o crescimento coletivo da organização, o que resulta em profissionais em constante desenvolvimento.

Dessa forma, é através da Gestão Participativa que podemos notar e avaliar o desempenho da empresa e o aumento da produtividade dos colaboradores, uma vez que o sucesso do líder transparece-se sem que haja a necessidade de autoritarismo (Robson da Silva Vidal).

Portanto vale um minuto seu de reflexão: a  gestão ambiental participativa sobre melhorias de um bem comum (meio ambiente) transforma os colaboradores em parceiros, pois participam dos processos decisórios como agentes formadores de opinião; promove um melhor ambiente de trabalho  e aumenta como consequência a produtividade de sua equipe por se sentirem partes da sua empresa 😉 

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